A Covid-19 e o Aumento dos Transtornos Mentais no Brasil
Entenda como a pandemia de Covid-19 impactou a saúde mental, levando a um aumento dos transtornos mentais no Brasil
Acima de tudo, a crise da Covid-19 teve um impacto considerável em todo mundo, mas, principalmente, ocasionou no aumento dos transtornos mentais no Brasil e globalmente. Essa elevação dos transtornos de ansiedade e depressão, já observado nos últimos anos, atingiu níveis ainda mais preocupantes após o surgimento da pandemia.
Sob o mesmo ponto de vista, estimativas da Organização Mundial da Saúde indicam um aumento de cerca de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo durante o primeiro ano da crise da Covid-19.
Uma Análise do Aumento dos Transtornos Mentais no Brasil
Antes da pandemia, dados indicavam que os episódios depressivos eram a principal razão para o recebimento de auxílio-doença, não relacionados a acidentes de trabalho, representando 30,67% do total, seguidos por outros transtornos ansiosos, que correspondiam a 17,9%. No entanto, após o surgimento da pandemia, os indícios sugerem um aumento nesses números.
Além disso, o estudo revela que a pandemia teve um impacto direto na saúde mental dos jovens, que estão enfrentando riscos desproporcionais de comportamentos suicidas e automutilação. Mulheres foram mais afetadas do que homens, e pessoas com condições de saúde física pré-existentes mostraram-se mais propensas a desenvolver sintomas de transtornos mentais.
Quais os Fatores Explicam Isso?
O estresse sem precedentes gerado pelo isolamento social emerge como uma das principais causas para esse aumento dos transtornos mentais no Brasil. Além disso, outros fatores estressores incluem:
- Restrições à capacidade de trabalhar;
- Dificuldade em buscar apoio dos entes queridos;
- Impossibilidade de envolvimento com suas comunidades;
- Solidão;
- Medo de se infectar;
- Sofrimento e perda de entes queridos;
- Luto;
- Preocupações financeiras;
- Exaustão.
Conexão entre Trabalho e Bem-Estar: Importância da Estruturação Temporal
O estudo também destaca que aproximadamente 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos a cada ano devido à depressão e ansiedade, resultando em um custo de quase um trilhão de dólares para a economia global. Quanto ao trabalho, este apresenta um potencial favorável para a saúde mental, uma vez que proporciona:
- Estrutura temporal;
- Contato social;
- Senso de esforço e propósito coletivos;
- Identidade social;
- Atividade regular.
Entretanto, é importante reconhecer que o trabalho também pode desencadear problemas de saúde mental, principalmente devido a condições como:
- Sobrecarga de trabalho;
- Falta de clareza em instruções;
- Prazos irrealistas;
- Falta de participação nas tomadas de decisão;
- Insegurança no emprego;
- Condições de trabalho em isolamento;
- Excesso de vigilância;
- Arranjos inadequados de cuidado com filhos pequenos.
Como a Área da Saúde Foi Impactada?
O setor da saúde foi igualmente e diretamente afetado por essa questão. Isso se deve ao fato de que a saúde mental permeia todos os níveis de cuidado, indo além da mera ausência de transtornos mentais, envolvendo o bem-estar e estando estreitamente ligada aos comportamentos das pessoas, visando uma abordagem multidisciplinar, que integra diversos conhecimentos e práticas para proporcionar um cuidado ao paciente e à sua família.
O trabalho multidisciplinar, sobretudo, visa melhorar a qualidade de vida e o bem-estar dos pacientes. Cada especialista dentro de uma equipe multidisciplinar pode contribuir de maneira única para o tratamento e o cuidado da saúde mental dos pacientes.
Ao colaborarem em conjunto, a equipe é capaz de fornecer um cuidado abrangente e eficaz, levando em consideração os diversos aspectos envolvidos nos transtornos mentais. Essa abordagem coletiva também assegura um suporte mais amplo e integrado, resultando em benefícios a longo prazo.
Referência: E-book eHealth Doc9.
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