Relatório: Aumento nos Casos de Câncer de Mama e os Desafios no Cuidado Adequado

Segundo revista, o desconhecimento sobre a doença está entre os principais motivos do câncer de mama em alta, dificultando um tratamento eficaz

Antes de tudo, autoridades de saúde em todo o mundo fazem esforços no combate ao câncer de mama, agora o tipo mais comum, ultrapassando o câncer de pulmão em número de casos.

Por analogia, em 2021, a OMS (Organização Mundial da Saúde) lançou uma meta ambiciosa: reduzir a mortalidade por câncer de mama em 2,5% ao ano até 2040, o que pode salvar 2,5 milhões de vidas.

Alcançar essa meta, no entanto, ainda é um grande desafio. Um estudo publicado na renomada revista científica The Lancet destacou que muitas mulheres continuam sem o cuidado necessário. Desinformação, medo e barreiras no acesso à saúde impedem um diagnóstico precoce e dificultam o tratamento eficaz.

Fatores Contribuintes para o Câncer de Mama em Alta no Mundo

Em primeiro lugar, a falta de informação e o estigma em torno do câncer de mama, combinados com desigualdades na oferta de tratamento, dificultam o diagnóstico e o tratamento da doença. É o que aponta um relatório realizado por pesquisadores de oncologia, radioterapia e epidemiologia de vários países.

O oncologista brasileiro Carlos Barrios, do Grupo Oncoclínicas, que participou da pesquisa, destaca que o desconhecimento sobre a possibilidade de tratamento para casos avançados é um dos principais obstáculos.

Em suma, essa falta de informação não só afeta a maneira como os médicos abordam a doença, bem como impacta diretamente as pacientes. Como resultado, eles tendem a adotar uma postura pessimista e podem retardar a busca por apoio e tratamento adequados.

“Com a informação correta, um tratamento direcionado e mudanças no estilo de vida, a pessoa com metástase pode levar uma vida parecida com a de qualquer outra que tenha uma doença crônica”.

Maria Cristina Figueroa

Professora da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná)

Outros Desafios no Planejamento de Cuidados

Sob o mesmo ponto de vista, outro problema gerado por essa barreira é a subnotificação de casos de metástase — quando o tumor se espalha para outros órgãos —, dificultando, assim, o planejamento e a oferta de cuidados adequados.

Então, para enfrentar essa realidade, a comissão destaca a importância de iniciativas que promovam a inclusão social das pacientes. Isso inclui leis que flexibilizem o regime de trabalho e projetos que ajudem a transformar a percepção da doença.

Embora os avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de mama tenham sido significativos, o acesso a esses recursos permanece desigual, apontou a comissão. Logo, há uma disparidade evidente entre países ricos e de baixa renda, e, mesmo em locais com sistemas públicos de saúde bem estabelecidos, ainda persistem limitações.

Sofrimento Oculto no Tratamento do Câncer de Mama

No relatório, além disso, especialistas também abordam o conceito emergente de “sofrimento oculto”, que engloba aspectos complexos e difíceis de mensurar. Sobretudo, são essenciais para entender o quadro clínico das pacientes, como sofrimento emocional, desafios econômicos e tensões familiares, por exemplo.

A proposta é que os tratamentos cada vez mais considerem essa dimensão psicossocial junto aos impactos físicos. “Novas métricas devem ser desenvolvidas para aprimorarmos esse olhar”, explica Barrios.

O relatório alerta igualmente para um aumento gradual na incidência de câncer de mama globalmente, atribuído a fatores como sedentarismo, consumo elevado de álcool e alimentos ultraprocessados.

Primeiro Passo: Quais os Fatores de Risco?

Conhecer os fatores de risco é o primeiro passo para a prevenção eficaz do câncer de mama. Dessa forma, podemos adotar medidas de cuidado mais precisas e informadas. Conheça abaixo:

Idade: Mulheres acima de 50 anos têm maior risco de desenvolver câncer de mama.
Histórico familiar: Ter parentes próximos com câncer de mama ou de ovário pode aumentar o risco.
Alterações genéticas: Mutação nos genes BRCA1 e BRCA2 estão fortemente ligadas à doença.
Exposição hormonal: Uso prolongado de terapia de reposição hormonal ou menarca precoce (antes dos 12 anos) aumentam o risco.
Obesidade e sedentarismo: O excesso de peso e a falta de atividade física podem contribuir para o desenvolvimento do câncer.
Álcool e tabagismo: Beber regularmente, bem como o uso prolongado de tabaco, elevam as chances.

Mamografia e Ginecologista: Primeiras Linhas de Defesa no Combate à Doença

A mamografia e o acompanhamento ginecológico são aliados fundamentais para a saúde da mulher. Essa dupla, acima de tudo, orienta cada paciente sobre os melhores passos de prevenção e tratamento, trazendo segurança e precisão para o cuidado contínuo, bem como:

Detecção Precoce do Câncer de Mama: A mamografia é o exame mais eficaz para detectar alterações nas mamas em estágios iniciais, por vezes antes de sintomas surgirem, aumentando as chances de tratamento bem-sucedido.
Acompanhamento Personalizado: O ginecologista avalia o histórico e fatores de risco de cada paciente, indicando quando iniciar e com qual frequência realizar a mamografia, ajustando o cuidado a cada necessidade individual.
Orientação e Esclarecimento: Em consultas ginecológicas, a paciente recebe informações e tira dúvidas sobre prevenção, sintomas e hábitos de vida saudáveis, ajudando-a a monitorar a própria saúde com mais consciência.
Encaminhamentos para Tratamentos: Caso a mamografia detecte alguma alteração, o ginecologista agiliza o encaminhamento para exames mais detalhados e tratamentos específicos, coordenando o cuidado junto a outros especialistas.

Diagnóstico Mais Detalhado: Ressonância Magnética (RM) das Mamas

A Ressonância Magnética das mamas, similarmente, é um exame avançado, utilizado para avaliar de forma mais detalhada o tecido das mamas. Isso, especialmente em casos em que a mamografia ou o ultrassom não fornecem informações conclusivas.

Assim, esse exame fornece imagens precisas e detalhadas, sendo indicado para detectar alterações em mamas densas, investigar lesões suspeitas ou monitorar pacientes com alto risco para doenças mamárias.

Esse procedimento, então, utiliza contraste para destacar estruturas internas, facilitando a diferenciação entre lesões benignas e malignas. É igualmente vital no diagnóstico precoce e no planejamento do tratamento adequado, assegurando uma visão aprofundada e detalhada da saúde mamária.

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Neste Outubro Rosa, temos a honra de participar da Campanha de Ação Social Radiologia Solidária em parceria com o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), uma iniciativa dedicada a promover o acesso ao rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama para as populações mais carentes do Brasil.

Como parte da campanha, estamos oferecendo exames gratuitos de rastreamento de câncer de mama para mulheres em situações vulneráveis, além de disponibilizarmos uma cartilha educativa, repleta de informações essenciais para todas as mulheres.

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