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Câncer de Pâncreas Agressivo e uma Descoberta Inédita no Brasil

A partir de um estudo inovador com material genético, pesquisadores caminham para um avanço no tratamento de câncer de pâncreas agressivo

 

Embora raro, o câncer neuroendócrino pode surgir em diversos órgãos. Quando atinge o pâncreas, costuma evoluir de maneira bastante agressiva, o que torna o diagnóstico precoce eventualmente ainda mais desafiador. A baixa incidência não diminui sua complexidade — muito pelo contrário, ela aumenta a necessidade de avanços científicos voltados a esse tipo específico de tumor.

A princípio, uma médica brasileira liderou uma pesquisa inovadora que analisou mutações genéticas associadas a esse tipo de lesão. O estudo resultou, então, na identificação de um marcador genético inédito, com grande potencial para aprimorar os protocolos de diagnóstico e tratamento do câncer neuroendócrino de pâncreas.

Estudo Brasileiro no Tratamento de Câncer de Pâncreas Agressivo

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A oncologista brasileira Rachel Riechelmann conduziu uma pesquisa de grande relevância com 1.015 pacientes diagnosticados com tumores neuroendócrinos em diferentes regiões do corpo. O foco principal, assim, foi analisar o papel da mutação no gene MUTYH, uma alteração genética que pode estar associada ao desenvolvimento e à agressividade desses tumores.

Embora sejam menos comuns, os tumores neuroendócrinos podem surgir em órgãos variados, bem como pulmão, estômago, pele, ovários, intestino e, principalmente, no pâncreas. Quando detectados precocemente nesse órgão, alguns casos evoluem lentamente e chegam a ser curados por meio de cirurgia.

No entanto, Rachel ressalta que o cenário muda drasticamente quando o diagnóstico é de adenocarcinoma pancreático, tipo mais frequente da doença. Em estágios metastáticos, ele reduz a expectativa de vida para cerca de um ano e meio, tornando a descoberta de marcadores genéticos ainda mais urgente para mudar esse prognóstico.

Risco Maior no Estado Agressivo

Apesar de muitos tumores neuroendócrinos apresentarem evolução lenta, alguns casos evoluem de forma agressiva. O grupo de pacientes com tumores no pâncreas nasceram com mutação no gene MUTYH, responsável por tornar a doença mais severa. Em síntese, essa alteração genética está presente em cerca de 2 a 4% dos pacientes com tumor neuroendócrino pancreático.

Entre 23 participantes avaliados, três receberam imunoterapia direcionada, e dois deles apresentaram resposta completa ao tratamento. Embora sejam necessários mais estudos para confirmar se a remissão do tumor foi realmente causada pela intervenção relacionada à mutação no gene, que atua na reparação do DNA, esses resultados representam um avanço promissor.

“Em dois pacientes, a doença desapareceu e, até agora, não voltou. A gente não vê nada nas imagens. É um achado surpreendente e feliz para nós e para os pacientes.”
Rachel Riechelmann
Oncologista e líder da pesquisa

Possível Indicação de Testes Genéticos

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Sob o mesmo ponto de vista, uma possível mudança nos protocolos clínicos envolve a recomendação de testes genéticos para pacientes com tumores neuroendócrinos de pâncreas diagnosticados antes dos 40 anos. O objetivo, então, é identificar a presença da mutação no gene MUTYH, que pode indicar um comportamento mais agressivo da doença.

Se ela for encontrada, a gente recomenda o acompanhamento genético em parentes de primeiro grau, como pais, irmãos e filhos, e o acompanhamento desses casos deve ter intervalos de exames mais curtos. Se ficar mais agressivo, fazer a biópsia do tumor. E se tiver muitas mutações, pode ser considerada a imunoterapia”, explica Rachel.

A grande vantagem é que o tratamento com imunoterapia já está consolidado e disponível no Brasil. Com o avanço das pesquisas e o maior entendimento sobre o impacto dessas alterações genéticas, os médicos poderão fornecer abordagens cada vez mais personalizadas, elevando as chances de sucesso terapêutico e melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Referência: Veja Saúde.


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