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Cerca de 17% dos Médicos Usam IA no Brasil, diz Estudo

Pesquisa evidencia como os médicos usam IA no Brasil, e ainda revela que apenas 4% dos estabelecimentos de saúde aderem à tecnologia

 

À primeira vista, a aplicação da Inteligência Artificial (IA) na medicina ainda está em estágio inicial no Brasil. De acordo com a pesquisa TIC Saúde 2024, apenas cerca de 4% dos estabelecimentos de saúde no país utilizam a tecnologia de forma institucionalizada. Quando o foco é nos médicos, o uso individual da IA sobe para 17%.

Em síntese, os dados mostram que a adoção da IA é mais expressiva em unidades hospitalares com internação e mais de 50 leitos, com um índice de 16%. Esse número representa um aumento considerável em relação ao ano anterior, quando o percentual era de apenas 5%.

De Que Forma os Médicos Usam IA no Brasil?

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A coordenadora do estudo, Luciana Portilho, destaca a novidade do uso de recursos como o ChatGPT e o Bard. Essas ferramentas, acima de tudo, utilizam grandes volumes de dados para criar conteúdos que facilitam a comunicação com os pacientes, bem como textos mais acessíveis, imagens, formulários e até programação.

Luciana aponta igualmente que, para um futuro ideal, seria importante realizar análises com o auxílio de IA utilizando dados de brasileiros, específicos para o contexto local. Além disso, ela ressalta a necessidade de avançar na regulamentação do uso dessas tecnologias no país.

“A IA busca informação no mundo todo, então (o profissional da saúde) tem conhecimento para filtrar o que é verdadeiro e o que não é. (O uso) é mais para otimizar o tempo. A ideia é que a ferramenta auxilie, mas não aja sozinha.”

Adoção de IA Generativa na Medicina

A adesão à IA Generativa entre os médicos no Brasil atingiu 17%, com 14% de adesão nos estabelecimentos públicos e 20% nos privados. Entre os médicos que utilizam essa tecnologia, 69% empregaram a IA para auxiliar em pesquisas, enquanto 54% a usaram para otimizar relatórios nos prontuários médicos.

Os recursos de IA mais utilizados nas unidades de saúde incluem:

  • Automatização de fluxos de trabalho (67%);
  • Aplicação de IA Generativa como o ChatGPT e Bard (63%);
  • Mineração de texto e análise de linguagem escrita (49%).


Nos hospitais maiores, 23% dos enfermeiros e 21% dos médicos adotaram a IA Generativa, principalmente para ajudar em pesquisas (86%) e melhorar a comunicação entre a equipe (66%). Por outro lado, entre os estabelecimentos que não adotaram IA, as principais razões apontadas foram a falta de necessidade (59%), a falta de prioridade (61%) e os altos custos (49%).

Benefícios na Assistência Médica

De acordo com especialistas no estudo “Inteligência Artificial na saúde: diagnóstico qualitativo sobre o cenário brasileiro”, lançado em setembro de 2024 pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), a Inteligência Artificial pode:

  1. Ampliar o acesso aos serviços de saúde, tornando-os mais disponíveis e eficientes.

  2. Melhorar a precisão diagnóstica, contribuindo para diagnósticos mais rápidos e confiáveis.

  3. Reduzir processos burocráticos, otimizando o tempo gasto com tarefas administrativas e permitindoque os profissionais se concentrem mais no atendimento ao paciente.

  4. Oferecer apoio na tomada de decisões clínicas, garantindo decisões mais rápidas e precisas, fundamentais para o sucesso do tratamento.

  5. Ampliar a capacidade de atendimento em regiões com escassez de especialistas, levando a serviços médicos de qualidade a áreas carentes.

  6. Enfrentar desigualdades na oferta de saúde, ao garantir maior acesso aos serviços e diminuir o impacto da escassez de recursos em regiões mais desfavorecidas do país.

O Uso de Inteligência Artificial em Diagnósticos e Tratamentos

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A IA, desde já, tem a capacidade de processar grandes volumes de dados, o que favorece conclusões mais assertivas e cria oportunidades para diagnósticos e tratamentos mais precisos, afirma o médico e diretor de pesquisa e inovação do Grupo UniEduK, Márcio Sanches.

Ele destaca que, na eletrocardiografia, a IA tem tornado os exames mais rápidos, acessíveis e comuns. Na dermatologia, por exemplo, ela permite uma análise mais precisa das lesões de pele, ajudando a identificar com mais clareza se a imagem apresenta características de malignidade.

Da mesma forma, os smartwatches agora são capazes de analisar traçados eletrocardiográficos e fornecer laudos imediatos, mesmo que preliminares.

“Do ponto de vista de tratamento, a IA permite que a gente identifique padrões e comece a trabalhar o que a medicina de precisão traz como lógica, que é você poder atuar e não focado em atacar grandes populações com uma mesma estratégia.”

Obstáculos a Serem Superados

A privacidade e a segurança dos dados dos pacientes são preocupações centrais quando se trata do uso da inteligência artificial na saúde, especialmente devido ao risco de vazamento de informações sensíveis. Além disso, outros pontos também são destacados:

  • Aproximadamente um terço dos estabelecimentos de saúde oferecem serviços online aos pacientes, como agendamento de consultas e exames, além da visualização de resultados de exames.

  • Apenas 23% dos médicos participaram de capacitações ou formações na área de informática em saúde nos últimos 12 meses.

  • 92% dos estabelecimentos de saúde no Brasil utilizam algum tipo de sistema eletrônico para registrar informações dos pacientes.

Referência: G1.Globo


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