Cientistas Apontam Origem das Infecções Respiratórias no Inverno
Em estudo, cientistas americanos descobriram por que ficamos mais suscetíveis a infecções respiratórias no inverno
Com a chegada da estação mais fria, à primeira vista, muitos de nós experimentam um aumento notável nos casos de problemas respiratórios. Esse fenômeno sazonal, por vezes comum, levanta questionamentos sobre por que ficamos mais resfriados e gripados no inverno, bem como o motivo de a propagação dessas doenças se tornarem mais evidente.
Em sítense, essa época apresenta uma série de desafios para o sistema respiratório humano. Contudo, recentemente, pesquisadores desvendaram a explicação biológica por trás do aumento de doenças respiratórias no inverno. A descoberta revela que o ar frio, em si, compromete a eficácia da resposta imunológica que ocorre nas vias nasais, contribuindo para a prevalência dessas enfermidades sazonais.
Infecções Respiratórias no Inverno
O autor do estudo, Benjamin Bleier, juntamente com sua equipe, contaram com o auxílio de cientistas. A princípio, quando um vírus ou bactéria respiratória penetra no corpo, sua entrada principal ocorre pelo nariz. A equipe de pesquisa descobriu que a região frontal do nariz é capaz de detectar o agente patogênico muito antes que a parte posterior do nariz perceba a presença do invasor.
Eventualmente, nesse estágio, as células que revestem o interior do nariz iniciam rapidamente a produção de bilhões de cópias simples de si mesmas, conhecidas como vesículas extracelulares, ou VEs. Estas, são expelidas pelas células para o muco nasal, onde impedem os germes invasores de chegarem ao seu destino e de se multiplicarem.
“As VEs não podem se dividir como as células, mas são como pequenas versões de células projetadas especificamente para matar esses vírus. Esta é uma das, senão a única parte do sistema imunológico que sai do corpo para lutar contra bactérias e vírus antes que eles realmente entrem em seu corpo”, explica Bleier.
Após serem geradas e disseminadas nas secreções nasais, as bilhões de vesículas extracelulares começam a se dispersar pelos germes invasores, conforme ainda ressalta o idealizador da pesquisa.
Impacto no Sistema Imunológico
Durante um ataque, o estudo revelou que o nariz amplia a produção de VEs em 160%. Além disso, observaram-se diferenças significativas: elas apresentavam uma quantidade muito maior de receptores em sua superfície em comparação com as células originais, aumentando assim sua capacidade de neutralizar o vírus entre as bilhões de vesículas extracelulares presentes no nariz.
Da mesma forma, as células do corpo contêm um mecanismo de defesa viral conhecido como micro RNA, que ataca os germes invasores. No entanto, o estudo descobriu que as VEs no nariz possuíam 13 vezes mais sequências de micro RNA em comparação com as células normais.
E Como Fica no Frio?
Ao investigar esse fenômeno durante condições de frio, o estudo submeteu quatro participantes do estudo a 15 minutos de temperaturas de 4,4ºC e, em seguida, avaliaram as condições dentro de suas cavidades nasais.
Quando exposto ao ar frio, a temperatura do nariz pode diminuir para até -12ºC, o que é suficiente para neutralizar todas as três vantagens imunológicas que o nariz possui. Descobriu-se que mesmo uma pequena exposição ao frio na extremidade do nariz foi o bastante para retirar quase 42% das VEs da luta.
Logo, o impacto disso na capacidade de combater resfriados, gripes e Covid-19 é significativo: reduz pela metade a eficácia do sistema imunológico contra infecções respiratórias, conforme destacou Bleier.
Por fim, Bleier antecipa o desenvolvimento de medicamentos tópicos nasais baseados nessa descoberta científica. Esses novos produtos farmacêuticos “essencialmente enganarão o nariz, fazendo-o acreditar que acabou de encontrar um vírus”, afirmou.
Referência: CNN Brasil.
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