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Pesquisa: Como o Estresse Afeta o Câncer de Mama?

Em estudo realizado com mulheres, cientistas elucidam de que forma o estresse afeta o câncer de mama e quais seus impactos

 

Muitas pessoas, primeiramente, acreditam que problemas emocionais intensos podem influenciar o desenvolvimento do câncer. Em busca de evidências científicas para essa percepção, portanto, pesquisadores norte-americanos acompanharam, ao longo de dez anos, 121 mulheres negras e brancas diagnosticadas com câncer de mama.

O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma. Segundo o INCA, a estimativa é que, neste ano, 73.610 mulheres sejam diagnosticadas com a doença, principalmente nas regiões Sudeste e Sul do país.

Estudo Assegura que Estresse Afeta o Câncer de Mama

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Pesquisadores publicaram recentemente no JAMA – Journal of the American Medical Association – um estudo que analisou como o estresse impacta o surgimento de tumores. Assim, realizaram biópsias anuais na mama saudável das participantes e coletaram, periodicamente, relatos sobre situações estressantes vivenciadas por elas.

Ao final da pesquisa, então, os autores identificaram algo sustentável. A discriminação racial, a falta de apoio social e o isolamento familiar criaram um ambiente propício ao desenvolvimento do câncer no tecido das mamas saudável.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, em Maryland (EUA), o racismo estrutural e a discriminação geram estresse crônico, levando a um estado constante de preocupação e vigilância. Além disso, fatores sociais como viver em comunidades vulneráveis e ter pouco acesso à saúde agravam ainda mais esse risco.

“O estresse foi associado ao aumento da inflamação sistêmica e à queda da resposta imune do organismo — dois fatores conhecidos que propiciam o surgimento das células tumorais. Enquanto as substâncias inflamatórias estimulam a multiplicação celular e aumentam a as chances do aparecimento de células cancerígenas, o sistema imunológico falho não reconhece e destrói as células tumorais.”
Daniel Musse
Oncologista da Oncologia D’Or

Câncer de Mama e Desigualdades Raciais

Os autores analisaram 121 mulheres, com idade média de 56 anos, para chegar a essas conclusões. Entre elas, 46,3% eram negras e 53,7% brancas. Durante o estudo, coletaram amostras de sangue, dos tumores e dos tecidos não cancerosos próximos, Houve, ainda, questionários para que as participantes relatassem seus níveis de estresse ao longo do tempo.

O médico Daniel Musse destaca que a equipe norte-americana identificou igualmente diferenças biológicas no desenvolvimento do câncer de mama entre mulheres negras e brancas. Nas mulheres negras, sobretudo, a doença costuma ser mais agressiva e com maior risco de metástases.

No Brasil, analogamente, diversas pesquisas já confirmaram a maior gravidade do câncer de mama na população feminina negra. A mais recente, o estudo Mantus – Mulheres Negras e Câncer de Mama Triplo Negativo: Desafios e Soluções para o SUS revelou que esse grupo é mais afetado pelo subtipo triplo negativo.

Baixa Renda e Diagnóstico Tardio Elevam Mortalidade

Um estudo de pesquisadores da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) revelou que, embora o câncer de mama seja mais comum entre mulheres brancas, a mortalidade é significativamente maior entre mulheres negras. Segundo os autores, 60% das pacientes negras recebem o diagnóstico em estágio avançado. Isso eleva a taxa de mortalidade para quase quatro vezes a das mulheres brancas.

Outro estudo, da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), reforça essa desigualdade. Pesquisadores apontam que fatores bem como baixa renda, dependência do serviço público de saúde e diagnóstico tardio encurtam a sobrevida das mulheres negras com câncer de mama. Apenas 44% delas sobrevivem por dez anos após o diagnóstico, enquanto entre as pacientes brancas, a taxa de sobrevivência chega a 69%.

Referência: Portal Medicina S/A.


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