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Edição Genética Remove Risco de Contágio de Infecções Sexuais

Após testagem em laboratórios, comprovou-se que essa técnica é capaz de “apagar” mecanismo que traz risco de contágio de infecções sexuais

 

EM suma, a técnica de edição genética CRISPR-Cas9 está sendo investigada como uma ferramenta promissora para tratar doenças genéticas e infecções, graças à sua capacidade de “cortar” e “remover” partes do DNA associadas a esses problemas. Logo, um artigo de revisão de pesquisadores da USP destaca que essa abordagem está sendo testada para combater o vírus HTLV.

Nos experimentos em laboratório, os cientistas então observaram que a edição genética bloqueia a integração do vírus com as células hospedeiras, que o HTLV utiliza para se replicar, além de inativar genes vitais para a sua sobrevivência.

O estudo foi conduzido no IMT, sob a orientação do professor Jorge Casseb, com a participação da professora Shirley Komninakis, da Unifesp, e do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Retrovírus.

Edição “Deleta” Risco de Contágio de Infecções Sexuais?

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De acordo com os pesquisadores, os estudos sobre o uso da edição genética CRISPR-Cas9 para combater a infecção pelo HTLV-1 ainda estão em estágios iniciais. Pode-se entender, contudo, que o CRISPR funciona como um mecanismo de defesa contra vírus. A proteína Cas9, associada ao CRISPR, é responsável por cortar o DNA em locais específicos.

Um dos principais desafios para avançar nessa área é desenvolver métodos eficazes para direcionar o sistema CRISPR-Cas9 especificamente às células T infectadas. Além disso, a falta de ensaios clínicos abrangentes, com um número maior de pacientes, também tem sido um obstáculo para a aplicação clínica dessa tecnologia.

A maioria das pessoas infectadas com HTLV-1, cerca de 90%, permanece assintomática durante toda a vida, o que facilita uma transmissão silenciosa do vírus. No entanto, aproximadamente 10% dos infectados podem desenvolver doenças graves, bem como leucemia de células T do adulto, uveíte, mielopatia associada ao HTLV, entre outras condições severas.

“A técnica funciona da seguinte maneira: um guia de RNA é projetado para se ligar a uma sequência específica no genoma, e a proteína Cas9 é recrutada para essa região, onde realiza um corte preciso no DNA.”

Ação de Reparação Celular

Eventualmente, o processo de reparo celular, após o uso da técnica de edição de genes CRISPR-Cas9, pode ser direcionado tanto para corrigir mutações quanto para inserir novas sequências de DNA.

Isso ocorre por meio de dois principais mecanismos de reparo: o reparo por extremidades não homólogas, que pode gerar lesões de perda de função. Ou o reparo dirigido por homologia, que permite a inserção de uma sequência de DNA específica no local onde ocorreu o corte.

A CRISPR-Cas9 apresenta diversas aplicações potenciais, incluindo terapia gênica para correção de mutações genéticas em doenças hereditárias, modificação de células imunes em tratamentos oncológicos e combate a doenças infecciosas como HIV e HTLV-1 para eliminar DNA viral de células hospedeiras”, ressaltam os pesquisadores.

Próximos Passos

Os pesquisadores destacam que os estudos para combater a infecção pelo HTLV-1 estão em estágios iniciais. Agora, a pesquisa concentra-se principalmente em experimentos in vitro e em modelos celulares desenvolvidos em laboratório.

Pesquisas futuras focam no desenvolvimento de técnicas que aumentem a eficiência e a precisão da edição genética, como o desenho de novos gRNAs [sequências de RNA que guiam o corte do DNA no processo de edição] e a utilização de métodos de entrega mais eficientes”, observam os pesquisadores.

Referência: Jornal USP


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