Nova Pandemia de Gripe Aviária? Entenda o Cenário

O H5N1 pode ser o responsável por uma nova pandemia de gripe aviária, que já apresenta alguns sinais para ficar em alerta!

Antes de mais nada, existem evidências concretas de que uma nova pandemia está iminente, desta vez causada pelo vírus da influenza H5N1. Ele, de antemão, é responsável pela gripe aviária, como já era previsto por especialistas científicos.

O virologista e biólogo molecular José Eduardo Levi delineou esse cenário com precisão durante o primeiro dia da 26ª Jornada da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). O evento, que começou em 18 de setembro de 2024, reuniu mais de 3.000 participantes no Recife, Pernambuco.

Atenção: Nova Pandemia de Gripe Aviária se Aproxima

A ameaça de uma pandemia de gripe aviária está cada vez mais próxima, principalmente devido à capacidade do vírus H5N1 de se adaptar rapidamente e infectar uma variedade crescente de animais. Contudo, o maior temor entre os cientistas é o processo de “humanização” do vírus, que significa sua capacidade de ser transmitido de uma pessoa para outra.

Embora isso ainda não tenha ocorrido, o H5N1 está se aproximando perigosamente dessa transição, já que tem sido encontrado em diversas espécies ao redor do mundo. Isso inclui, por exemplo, aves migratórias que cruzam continentes, espalhando o vírus de forma global.

Em suma, esse tipo de influenza com um genoma segmentado permite que ele faça trocas genéticas com outros vírus, aumentando sua capacidade de mutação. Essa característica única do vírus, então, pode levar ao surgimento de uma nova variante com potencial pandêmico.

"Decididamente, não é um bom sinal o fato de, nos últimos dois ou três anos, o H5N1 ter infectado um leque amplo de espécies animais e, ainda por cima, em uma extensão geográfica considerável. Isso não é um fenômeno comum em virologia. Aliás, diria que é bem raro. Vacas, por exemplo, nunca tinham sido infectadas pelo H5N1. Mas pegaram esse vírus."
– José Eduardo Levi

Trocas Genéticas do H5N1 Podem Preceder uma Pandemia Global

Por analogia, dos blocos genéticos que o vírus influenza pode trocar, duas proteínas merecem atenção especial dos cientistas. A primeira é a hemaglutinina, representada pelo “H” no nome do vírus, e a outra é a neuraminidase, o “N” em sua designação.

Segundo o virologista José Eduardo Levi, existem 18 tipos diferentes de hemaglutinina e 11 de neuraminidase. Logo, essas combinações podem gerar até 198 formações distintas, embora nem todas tenham sido detectadas na natureza até o momento.

A relevância dessas combinações, portanto, está no fato de que elas podem tornar o vírus da gripe capaz de se transmitir entre humanos, criando condições ideais para uma pandemia. O perigo reside na possibilidade de o vírus, ao infectar um ser humano que teve contato com um animal contaminado.

A Pressão para Novas Vacinas e Cuidados nos Diagnósticos

Desde 2023, os governos de São Paulo e Rio de Janeiro vêm implementando planos de ação para enfrentar o influenza da gripe aviária. Contudo, José Eduardo Levi reconhece que os imunizantes existentes contra outros tipos de influenza oferecem pouca proteção frente ao H5N1. Ainda assim, a recomendação de tomar a vacina permanece válida.

A expectativa é que instituições como o Instituto Butantan e as grandes farmacêuticas comecem a se preparar para desenvolver vacinas específicas contra o H5N1, sem demora — uma demanda já discutida no encontro realizado em Recife.

Por fim, no campo do diagnóstico, seria crucial monitorar de perto casos graves de gripe em pacientes que testarem negativo para os tipos comuns de influenza. “A medida correta seria descartar a possibilidade de infecção pelo H5N1“, explica Levi.

Referência: Portal UOL.