spx-clinica-spx-imagem-fim-cancer-de-colo-de-útero (2)

O fim do Câncer no Colo do Útero?

Descubra como uma única dose da vacina contra o HPV pode auxiliar no fim do câncer do colo do útero

O papilomavírus humano (HPV), uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns, geralmente circula sem causar sintomas perturbadores. No entanto, pode causar verrugas genitais e vários tipos de câncer em homens e mulheres, incluindo o câncer de garganta em homens.

O câncer de colo do útero é frequentemente chamado de “assassino silencioso” devido à falta de sinais óbvios de alerta precoce. É o quarto câncer mais comum entre as mulheres e causa mais de 300 mil mortes por ano em todo o mundo.

No entanto, e se houvesse uma maneira melhor de nos protegermos contra o vírus que causa essa doença?

A Vacina contra HPV

spx-clinica-spx-imagem-fim-cancer-de-colo-de-útero (1)

Embora as vacinas contra o HPV existam desde 2006, especialistas afirmam que um novo desenvolvimento pode tornar possível atingir a meta global de vacinar 90% das meninas menores de 15 anos.

A descoberta surpreendente é que novas evidências sugerem que as vacinas contra o HPV são eficazes com apenas uma dose. Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselhou a mudança para uma única dose da vacina, explicando que além de ser eficaz. Isso também facilitaria a distribuição, principalmente em países de baixa e média renda.

“As vacinas são extraordinárias. Elas são incrivelmente potentes na prevenção de infecções”, diz Andrew Pollard, presidente do Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização do Reino Unido. “Acredito que veremos um mundo em que o câncer de colo do útero será uma raridade.”

Vacina de Dose Única

Novas evidências estão surgindo para fortalecer a hipótese de que uma única dose da vacina contra o HPV pode ser tão eficaz quanto múltiplas doses. No estudo KEN SHE do ano passado, foi relatado que a dose única apresentou 98% de eficácia após 18 meses, e dados recentes revelaram que essa eficácia se manteve até 36 meses.

Além disso, um estudo comparativo entre mulheres quenianas e meninas de 9 a 14 anos na Tanzânia mostrou respostas imunológicas semelhantes, sugerindo que uma única dose pode ser igualmente eficaz para o grupo mais jovem.

Estudos de acompanhamento realizados na Índia e na Costa Rica demonstraram que as respostas imunológicas em mulheres e meninas continuaram fortes por mais de uma década após receberem apenas uma dose. Essas descobertas são particularmente convincentes ao considerar possíveis mudanças nos programas de vacinação, como destacado por Pollard.

De acordo com Pollard, se os níveis de anticorpos permanecerem robustos por 10 anos, não há motivo para que eles diminuam subitamente, pois o sistema imunológico não funciona dessa maneira.

Esses novos dados abrem caminho para reavaliar as estratégias de vacinação contra o HPV, proporcionando informações valiosas para profissionais de saúde e formuladores de políticas. Com uma dose única mostrando-se tão eficaz quanto múltiplas doses, essa descoberta pode ter implicações significativas na batalha contra o câncer do colo do útero.

A mudança para uma única dose da vacina contra o HPV teria um impacto significativo, especialmente em países de baixa e média renda. Esses países enfrentam desafios para fornecer vacinas contra o HPV e sofrem a maior carga de casos e mortes por câncer de colo do útero.

Se as evidências continuarem a se acumular a favor da vacina de dose única, isso poderá representar uma grande transformação. Especialmente para os países de baixa e média renda.

Os desafios

spx-clinica-spx-imagem-fim-cancer-de-colo-de-útero (3)

O primeiro desafio é identificar as pessoas que necessitam da vacina, afirma Greg Widmyer, consultor sênior de imunização da Fundação Bill & Melinda Gates (Estados Unidos), que financiou o estudo KEN SHE.

“Já é difícil levar pré-adolescentes e adolescentes para clínicas a fim de receber uma vacina, mas será que elas retornarão para a segunda ou terceira dose? Estamos enfrentando uma grande queda nesse sentido”, destaca Widmyer.

Além disso, a administração de múltiplas doses também é dispendiosa, não se limitando apenas ao custo das vacinas em si. Widmyer ressalta que a cada dose administrada, é necessário arcar com os custos do tempo da equipe, transporte e outros custos gerais. Para alguns países, os custos relacionados a uma vacina com duas ou três doses podem ser tão altos que eles sequer se dispõem a estabelecer um programa de vacinação, enquanto outros países estão apenas começando a introduzir a vacina.

Com a adoção da dose única, afirma Greg, as oportunidades para alcançar as meninas “se expandem significativamente” – é possível montar clínicas de vacinação em locais onde as meninas já frequentam, como escolas, salões de cabeleireiro ou outros locais em suas comunidades.

No entanto, essa mudança também seria uma vitória em qualquer lugar. A transição para uma única dose garantiria uma maior disponibilidade de vacinas, permitindo que os países imunizarem um número maior de pessoas, alcançando assim a imunidade de rebanho, que é o ponto em que um número suficiente de pessoas é vacinado ou naturalmente infectado para que a população como um todo se torne imune a uma doença. Barnabas destaca que os países que já permitem a vacinação de meninos e de grupos etários mais avançados têm observado uma redução “verdadeiramente dramática” no número de lesões pré-cancerosas, verrugas e cânceres.

Como encarar essa descoberta?

Ainda não está claro quando, ou se, outros países adotarão a estratégia de dose única para a vacina. Alguns podem aguardar por mais evidências provenientes de estudos em andamento. Como um estudo que está avaliando a eficácia de uma única dose em 20 mil meninas de 12 a 16 anos na Costa Rica. A previsão é de que esse estudo seja concluído em dois anos.

“Acredito firmemente que a eliminação do câncer do colo do útero é possível”. Afirmou a diretora-geral assistente da OMS, Princesa Nothemba Simelela, em um comunicado à imprensa anunciando a decisão da organização de aconselhar a mudança para uma única dose.

“Essa recomendação de dose única tem o potencial de nos aproximar mais rapidamente da meta de vacinar 90% das meninas até os 15 anos de idade até 2030.

Porém, Pollard ressalta que provavelmente levará décadas para vermos o verdadeiro impacto na redução do câncer do colo do útero. Pois que muitas mulheres já foram infectadas.

“O que estamos fazendo é salvar vidas hoje que seriam perdidas no futuro”, destaca.

Mas ele e outros especialistas concordam que isso seria um avanço transformador e traria mais equidade ao sistema de saúde global.

Siga a SPX nas redes sociais 

Gostou? Clique aqui e siga a SPX Clínica nas redes sociais e fique por dentro de todas as novidades sobre saúde! 

Artigos Relacionados

1