Inovação: Tecnologia de IA que Revela Tumores Ocultos

Conheça uma nova tecnologia de IA que revela tumores ocultos e que, por vezes, podem passar despercebidos por médicos!

Uma recente ferramenta de Inteligência Artificial (IA) testada pelo NHS, serviço público de saúde do Reino Unido, mostrou-se capaz de identificar sinais sutis de câncer de mama que poderiam ter passado despercebidos pelos médicos. Batizada de Mia, a ferramenta foi então avaliada em conjunto com profissionais do NHS e analisou mamografias de mais de 10 mil mulheres.

Embora na maioria dos casos Mia não tenha encontrado sinais de câncer, ela identificou com sucesso todos os casos já marcados como suspeitos pelos médicos. Além disso, foram apontados outros 11 casos em que tumores não haviam sido detectados.

A BBC acompanhou de perto o desempenho da tecnologia em um hospital do NHS, onde a mesma revelou tumores que eram praticamente invisíveis ao olho humano. Assim, destaca-se a importância do uso da tecnologia na detecção precoce dessas condições críticas.

Conheça a Tecnologia de IA que Revela Tumores Ocultos

A história de Bárbara destaca o impacto positivo que essa inteligência artificial teve em sua vida. Seu tumor, detectado precocemente pela Mia, media apenas 6 mm, permitindo um tratamento menos invasivo, com apenas cinco dias de radioterapia. Comparado aos desafios enfrentados por sua mãe e irmã, que lutaram contra a mesma doença, Bárbara se sentiu aliviada e grata pela rapidez e eficácia do tratamento.

Logo, sem a intervenção da Mia, é provável que o câncer de Bárbara não teria sido detectado até sua próxima mamografia de rotina, três anos depois. O mais impressionante, contudo, é que Bárbara não apresentava sintomas perceptíveis, destacando a importância da detecção precoce na luta contra o câncer.

Além disso, a ferramenta também tem o potencial de acelerar significativamente o processo diagnóstico. Em suma, ela é capaz de reduzir o tempo de espera para os resultados dos exames de 14 para apenas 3 dias, oferecendo esperança e conforto aos pacientes.

Automatizando a Análise: O Potencial da Inteligência Artificial

Atualmente, no NHS, cada exame é analisado por dois radiologistas, mas há a esperança de que um deles possa eventualmente ser substituído pela ferramenta de inteligência artificial, reduzindo pela metade a carga de trabalho.

Dos 10.889 participantes do estudo, apenas 81 optaram por não permitir que a ferramenta de inteligência artificial analisasse seus exames, segundo Gerald Lip, médico que liderou o projeto.

Sobretudo, as inteligências artificiais têm mostrado eficácia na detecção de sintomas de doenças específicas, desde que treinadas com dados suficientes. Isso implica alimentar o programa com uma ampla variedade de imagens anonimizadas desses sintomas, provenientes de uma grande amostra de pessoas.

Barreiras de Confidencialidade e Privacidade

Em contrapartida, coletar esses dados pode representar um desafio devido às preocupações com a confidencialidade e a privacidade dos pacientes. Segundo Sarah Kerruish, diretora de estratégia da Kheiron Medical, a empresa por trás do desenvolvimento de Mia, foram investidos seis anos para construir e treinar a ferramenta.

“Acho que a coisa mais importante que aprendi é que quando você desenvolve uma inteligência artificial para uso em saúde, é preciso pensar na diversidade e na inclusão desde o primeiro dia”, aponta Sarah.

Impacto da Tecnologia no Trabalho dos Radiologistas

Nesse sentido, questionado sobre suas preocupações em relação ao impacto das ferramentas como Mia em seu trabalho, Lip expressa confiança de que a tecnologia pode, eventualmente, proporcionar-lhe mais tempo para interagir com os pacientes.

Apesar de suas vantagens, Mia não é infalível. Devido à falta de acesso ao histórico das pacientes, a ferramenta sinalizou cistos que já haviam sido identificados em exames anteriores e considerados inofensivos.

Devido às restrições regulatórias atuais, a capacidade de aprendizado automático da ferramenta foi desativada, impedindo-a de aprender e evoluir com o uso. O teste com Mia, portanto, é apenas um primeiro passo, realizado em um único local.

"Esses resultados são encorajadores. Não há dúvida de que os radiologistas clínicos da vida real são essenciais e insubstituíveis, mas um radiologista clínico que utiliza ferramentas de inteligência artificial será cada vez mais formidável no cuidado com os pacientes".
- Katharine Halliday, presidente do Royal College of Radiologists

Projeções na Luta contra o Câncer

Julie Sharp, líder de saúde da organização sem fins lucrativos Cancer Research UK, enfatiza que, com o aumento constante no número de casos de câncer diagnosticados anualmente, o papel da inovação tecnológica torna-se “essencial”.

“Serão necessárias mais pesquisas para encontrar as melhores maneiras de usar esta tecnologia para melhorar os resultados dos pacientes com câncer”, ressaltou.

Referência: BBC News Brasil.