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Tratamento para Depressão Psicótica: Novidades e Descobertas

Descubra as últimas evidências sobre tratamento para depressão psicótica mediante avaliação de medicamentos farmacológicos

 

A depressão psicótica, a princípio, pode manifestar-se tanto no transtorno depressivo maior quanto no transtorno bipolar. Estudos anteriores indicam consistentemente que a combinação de antidepressivos e antipsicóticos é mais eficaz do que o uso isolado de cada uma dessas classes de medicamentos nesses cenários.

No entanto, pesquisas anteriores não favorecem nenhum medicamento específico. Para preencher essa lacuna, então, Oliva et al. realizaram uma metanálise em rede com o objetivo de comparar e avaliar a eficácia e segurança dos tratamentos farmacológicos para a depressão psicótica.

Estudo do Tratamento para Depressão Psicótica

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Primordialmente, foram considerados ensaios clínicos randomizados que avaliaram a eficácia e segurança de tratamentos medicamentosos para episódios depressivos maiores com sintomas psicóticos. Foram diagnosticados de acordo com qualquer versão do RDoC, DSM ou CID, abrangendo participantes de todas as idades. Sobretudo, estudos avaliaram tanto monoterapia quanto tratamento combinado durante a fase aguda da doença.

O desfecho primário de eficácia foi a taxa de resposta, enquanto a segurança foi avaliada pela aceitabilidade do tratamento, medida pela frequência de abandono. Os desfechos secundários incluíram a mudança média nos escores de depressão, a frequência de remissão dos sintomas psicóticos, a tolerabilidade (frequência de descontinuação devido a efeitos adversos) e a incidência de eventos adversos.

Em conclusão, 16 ensaios clínicos foram incluídos na análise, envolvendo 1.161 participantes com depressão psicótica. A idade média dos participantes foi de 50,5 anos (desvio padrão: 11,4), sendo 516 do sexo feminino (44,4%), 422 do sexo masculino (36,3%), e 223 participantes sem informação sobre o sexo (19,2%). A duração média dos estudos foi de 6 semanas.

Números dos Resultados

A primeira rede (com k=5, n=352) englobava seis tipos distintos de farmacoterapias ou suas combinações (amitriptilina, amitriptilina mais perfenazina, amoxapina, fluoxetina mais olanzapina, olanzapina e perfenazina). Em comparação com o placebo, apenas a combinação de olanzapina mais fluoxetina demonstrou superioridade (RR: 1,91, IC 95% 1,27-2,85).

Nas comparações diretas entre tratamentos ativos, uma proporção significativamente maior de participantes apresentou resposta ao tratamento com amitriptilina mais perfenazina (3,61 [1,23–10,56]) e amoxapina (3,14 [1,01–9,80]) em comparação com perfenazina isolada. Além disso, a fluoxetina mais olanzapina mostrou-se superior à olanzapina isoladamente (1,60 [1,09–2,34]).

A segunda rede (com k=4, n=229) contemplou cinco intervenções distintas: fluvoxamina, imipramina, mirtazapina, venlafaxina e venlafaxina mais quetiapina. Em comparação com a venlafaxina isolada, a venlafaxina mais quetiapina (2,25 [1,09-4,63]) e a imipramina (1,95 [1,01-3,79]) foram associadas a uma maior resposta ao tratamento.

Limitações Apontadas

  • O estudo englobou ensaios clínicos publicados entre 1985 e 2013, com um mínimo de 11 anos de idade.
  • A análise pode ter sido afetada pela escassez de ensaios clínicos e pelas amostras reduzidas, potencialmente limitando o poder estatístico do estudo.
  • A qualidade da evidência foi classificada como muito baixa, sendo que apenas um estudo incluído apresentou baixo risco de viés.
  • A decisão de incluir pacientes com transtorno depressivo maior e transtorno bipolar pode gerar controvérsias e afetar a generalização dos resultados.
  • O estudo concentrou-se exclusivamente em tratamentos farmacológicos em um curto período, excluindo outras abordagens terapêuticas potenciais, como a Eletroconvulsoterapia (ECT).


Agrupamento por Mecanismos de Ação

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Outra análise em rede foi conduzida, agrupando os tratamentos conforme seus mecanismos de ação (k=11, n=674). Eles incluíam antipsicóticos de primeira e segunda geração (FGAs e SGAs), antidepressivos noradrenérgicos e serotoninérgicos específicos (NaSSAs), inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN) e inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), antidepressivos tricíclicos (ADTs). Houve ainda combinações como IRSN + SGAs, ISRS + SGAs, ADT + FGAs e ADT + placebo.

Em contrapartida, apenas a combinação de ISRS + SGAs demonstrou uma resposta superior ao tratamento (RR 1,89, IC 95% 1,17-3,04). Acima de tudo, não foram observadas diferenças significativas na aceitabilidade.

Além disso, comparações diretas revelaram uma menor frequência de abandono entre os participantes que utilizaram ISRS + SGAs em comparação com aqueles que receberam SGAs + placebo.

Destaques e Considerações

Por fim, o estudo reforça a importância da combinação de antidepressivos e antipsicóticos no tratamento da depressão psicótica. As análises indicam que, comparada ao placebo, a combinação de inibidores seletivos da recaptação de serotonina com antipsicóticos de segunda geração é a opção mais eficaz.

Da mesma forma, sugere igualmente que a combinação de fluoxetina e olanzapina seja priorizada, especialmente considerando a disponibilidade dessa combinação em um único comprimido em outros países, o que pode estar relacionado ao maior número de estudos disponíveis sobre essa terapia.

Sob o mesmo ponto de vista, os antidepressivos tricíclicos demonstraram a maior eficácia entre as monoterapias avaliadas. Logo, vale notar que alguns antipsicóticos comumente utilizados no Brasil, bem como o haloperidol e a risperidona, não foram destacados nas comparações isoladas realizadas no estudo.


Referência: Portal PEBMED.

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