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Vírus Cerebral Transmitido por Carrapato: Veja as Descobertas

Algumas pessoas da China apresentaram sintomas inespecíficos, eventualmente ligados à um vírus cerebral transmitido por carrapato

 

Um relato de caso publicado em 4 de setembro de 2024 no periódico New England Journal of Medicine revelou, de antemão, a identificação de um novo ortonairovírus capaz de atingir o cérebro. A descoberta ocorreu após um homem de 61 anos na China desenvolver sintomas graves.

Nesse sentido, o paciente apresentou febre e disfunção de múltiplos órgãos após ser picado por um carrapato em um parque de pântanos. O vírus, nomeado “vírus das zonas úmidas” ou “WELV” (sigla em inglês para Wetland virus), foi então identificado como o causador da infecção.

O Que se Sabe sobre o Vírus Cerebral Transmitido por Carrapato?

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Pesquisadores do Instituto de Microbiologia e Epidemiologia de Pequim investigaram o agente patológico associado ao novo vírus. Após isolar o WELV do paciente, a equipe conduziu experimentos em camundongos para avaliar sua capacidade de causar doenças.

Segundo os cientistas, o WELV pertence ao gênero Orthonairovirus sp. da família Nairoviridae, estando intimamente relacionado ao vírus da febre hemorrágica da Crimeia-Congo.

Logo, para compreender sua prevalência, os especialistas analisaram quadros clínicos de pacientes com febre e histórico de picadas de carrapato. O estudo, como resultado, revelou 17 casos de infecção por WELV em quatro regiões da China.

Observações Pertinentes

Os pacientes infectados pelo WELV eventualmente manifestaram sintomas variados e inespecíficos, possivelmente relacionados ao contágio. Entre os sinais mais comuns, por exemplo, estavam tontura, dor de cabeça, mal-estar, dores musculares, artrite e dor nas costas.

Em menor frequência, os pesquisadores observaram petéquias — pequenas manchas na pele ou mucosas causadas por sangramentos capilares —, inchaço localizado nos gânglios linfáticos e sintomas neurológicos.

O diagnóstico de infecção pelo WELV foi confirmado através de exames laboratoriais. Os resultados revelaram baixos níveis de glóbulos brancos e uma contagem reduzida de plaquetas, bem como elevações no d-dímero, indicando a presença de coágulos sanguíneos, e na lactato desidrogenase, marcador associado a danos nos tecidos.

Alterações Celulares, Danos Cerebrais e Vetores Confirmados

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O vírus identificado no paciente picado demonstrou efeitos citopáticos nas células do revestimento da veia umbilical humana, causando alterações estruturais significativas. Em camundongos, por sua vez, a injeção abdominal do patógeno confirmou sua capacidade de provocar danos cerebrais graves e, em alguns casos, a morte.

Do mesmo modo, testes sorológicos realizados em oito pacientes recuperados mostraram uma concentração quatro vezes maior de anticorpos específicos do WELV em comparação às amostras coletadas durante a fase aguda da infecção.

A investigação de campo também detectou RNA viral em cinco espécies de carrapatos, além de ovelhas, cavalos, porcos e zokors (um tipo de roedor) no nordeste da China. O carrapato Haemaphysalis concinna atua como um vetor primário, transmitindo o WELV para animais, que podem perpetuar o ciclo por meio de transmissão transovariana.

“Os sintomas iniciais da infecção por WELV se manifestam [em humanos] como uma doença inespecífica, necessitando, portanto, de um diagnóstico diferencial de outras doenças transmitidas por carrapatos.”

Referência: Revista Galileu.


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