- 16 de novembro de 2022
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Vitamina C pode agir contra o Alzheimer
O ácido ascórbico, conhecido como Vitamina C, está sendo estudado como um provável inibidor do Alzheimer
A vitamina C é o objeto de estudo por seu provável potencial de evitar o acúmulo de proteínas ao redor dos neurônios (células do sistema nervoso), assim, prevenindo a formação de fibras que são consideradas a principal característica da doença de Alzheimer.
O que é o Ácido Ascórbico?
O Ácido Ascórbico é uma vitamina hidrossolúvel. Por não ser sintetizada pelo corpo humano, ela é obtida pela ingestão de alimentos e suplementos.
A Vitamina C é importante na formação de tecidos no corpo humano, como vasos sanguíneos, cartilagens e até mesmo nos ossos, pois sua presença é maior no colágeno. Além disso, fortalece o sistema imunológico e tem ação antioxidante, o que protege as células contra efeitos de radicais livres, poluição e diversas doenças.
Dessa forma, ao ter baixos níveis de Vitamina C no corpo, vários problemas podem ocorrer, os mais comuns são:
- Anemia;
- Sangramento nas gengivas;
- Má cicatrização;
- Cansaço;
- Baixa imunidade;
- Estresse e mau humor.
A doença de Alzheimer
O Alzheimer é caracterizado pela morte de células cerebrais. Dessa forma, apresenta-se com demência ou perda de funções cognitivas como, memória, orientação, atenção e linguagem.
De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), a estimativa é de que, no mundo, cerca de 35,6 milhões de pessoas sofrem com a doença de Alzheimer. Já no Brasil, podem existir cerca de 1,2 milhões de casos.
A doença é caracterizada por:
- alterações audi-espaciais;
- alterações de memória;
- desorientação em relação ao tempo e ao espaço;
- desorientação do raciocínio;
- falta de concentração;
- distúrbio de aprendizado;
- impossibilidade de realização de tarefas complexas;
- impossibilidade de julgamento;
- afetação na linguagem e habilidades visuais-espaciais.
A pesquisa
Divulgada em 2022, a pesquisa feita por especialistas da USP e da IFSC (Instituto de Física de São Carlos), os estudos mostram que pacientes com Alzheimer apresentam uma menor quantidade de ácido ascórbico no cérebro.
Então, o objetivo da pesquisa foi avaliar como o ácido ascórbico afetava a agregação dos peptídeos beta-amilóide através de experimentos in vitro e por métodos computacionais, como, por exemplo, dinâmica molecular.
É um trabalho em estágio preliminar, por isso não significa que ao tomar a substância é possível prevenir a doença ou conter em quem já a apresenta. Inclusive, em excesso, pode ser prejudicial.
Ainda são necessárias uma série de testes, que envolvem células e, caso o resultado seja satisfatório, posteriormente irão envolver animais e finalmente testar em humanos.
Experiências in vitro
Nas experiências in vitro, amostras que contêm peptídeos foram incubadas nas condições que favorecem sua agregação. Dessa forma, mostrou-se que, nos experimentos em que houve a introdução de ácido ascórbico nas amostras incubadas, houve uma diminuição significativa na formação de fibras, mostrando a capacidade das moléculas antioxidantes de inibir a agregação dos peptídeos.
Após essa observação, experimentos foram conduzidos para investigar a maneira como isso ocorre. Foram utilizadas técnicas de biofísica molecular e de modelagem computacional, assim, foi descoberto que a vitamina C liga-se a beta-amiloide no mesmo local da ligação entre os peptídeos, o que impede a formação de agregados. Além do fato de se ligar para desestabilizar fibras já formadas.
A doença de Alzheimer não tem cura, porém o artigo demonstra que o uso do ácido ascórbico é uma forma de evitar a formação de aglomerados de proteínas e assim, prevenir a doença. Porém, demonstrou-se o efeito físico-quimicamente, não em células e órgãos. Por isso, os próximos passos são pesquisas in vivo, primeiro em modelos animais e progressivamente em seres humanos portadores da doença.
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