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Estudo: Como a Dieta pode Prejudicar a Saúde Óssea?

Rica em proteínas, mas com baixas calorias, saiba como esse tipo de dieta pode prejudicar a saúde óssea e afetar a qualidade de vida

 

Um estudo recente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP acende um alerta importante: certas dietas populares podem afetar negativamente a saúde dos ossos. A pesquisa, publicada em 2025 na revista JBMR Plus, avaliou os efeitos de dietas ricas em proteínas associadas à restrição calórica — uma combinação comum entre pessoas que desejam emagrecer ou ganhar massa muscular.

Antes de tudo, embora essa dieta ajude a preservar a massa muscular, ela ainda assim acelera a perda de densidade óssea. Além disso, foi observado um aumento na gordura da medula óssea, condição ligada ao maior risco de desenvolver osteoporose. 

Escolha da Dieta pode Prejudicar a Saúde Óssea

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A popularização das dietas com alto teor proteico e restrição calórica, adotadas por quem deseja emagrecer mantendo os músculos, motivou os cientistas a investigar os impactos desse padrão alimentar no organismo como um todo. Assim, a equipe avaliou três grupos de ratas submetidas a diferentes tipos de dieta.

O primeiro grupo manteve uma alimentação normal. O segundo recebeu uma dieta com 30% a menos de calorias. Já o terceiro combinou essa restrição calórica com um aumento de 40% no consumo de proteínas. Os resultados mostram que embora a dieta hiperproteica tenha preservado a massa muscular, ela causou uma perda significativa de massa óssea e um aumento expressivo de gordura na medula óssea.

De acordo com Beatriz Coimbra Romano, autora do estudo, essa descoberta evidencia um ponto importante: “Nem sempre uma estratégia que beneficia uma parte do corpo funciona para todas. A proteína ajuda o músculo, mas pode prejudicar os ossos em dietas restritivas.

Riscos da Gordura na Medula

Segundo o professor Albuquerque de Paula, um dos autores da pesquisa, o acúmulo de gordura na medula óssea — conhecida como MAT (sigla em inglês para marrow adipose tissue) — já é reconhecido como um fator de risco para a redução da densidade mineral óssea. Isso significa que, ao mesmo tempo em que o corpo mantém os músculos, os ossos podem se tornar mais frágeis.

Sob o mesmo ponto de vista, os pesquisadores observaram que as células-tronco hematopoiéticas, localizadas na medula, passaram a apresentar maior tendência a se transformar em osteoclastos — células responsáveis pela reabsorção óssea. Em síntese, isso pode acelerar a perda de massa óssea de forma silenciosa.

Apesar dos efeitos positivos da dieta hiperproteica na preservação da massa magra, os especialistas reforçam que esse tipo de estratégia deve ser adotado com cautela. Logo, a recomendação é sempre buscar o acompanhamento de um médico, para equilibrar os benefícios e evitar prejuízos à saúde óssea.

“Diversos trabalhos mostram que há relação negativa entre gordura na medula e saúde óssea. O nosso estudo reafirma esta colocação. Os animais que apresentaram maior expansão de tecido adiposo da medula óssea mostraram menor massa óssea.”
Francisco José Albuquerque de Paula
Professor

Saúde Óssea: Riscos em Mulheres

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A pesquisa foi conduzida exclusivamente com ratas fêmeas, e isso tem uma explicação clínica importante. A anorexia nervosa — condição marcada por restrição alimentar crônica — atinge, em sua maioria, mulheres jovens. Dessa forma, essa fase da vida é crucial para a formação da chamada “poupança óssea”, que garantirá a saúde dos ossos nas próximas décadas.

De acordo com o professor, os dados levantam um alerta: “Nossos dados sugerem que a estratégia de aumentar proteínas na dieta durante a restrição calórica pode ser prejudicial à massa óssea, o que é especialmente preocupante nessa fase da vida”. Ainda assim, os especialistas ressaltam que se trata de um estudo experimental.

Atualmente, a equipe segue avaliando o impacto de diferentes padrões alimentares sobre o metabolismo ósseo. Enfim, entre os próximos passos estão testes com dietas baseadas em proteína vegetal, cetogênica e outras abordagens nutricionais.

Referência: Jornal USP.


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