Entenda O Que é e Qual o Impacto da Dislexia no Cérebro
Confundida muitas vezes com a falta de inteligência, descubra qual o verdadeiro impacto da dislexia no cérebro
De antemão, algumas pessoas enfrentam dificuldades para compreender instruções escritas, têm dificuldades em entender textos e, por vezes, não conseguem agir conforme as orientações apresentadas de forma verbal. No entanto, essas dificuldades não refletem falta de inteligência.
O que realmente ocorre é que essas pessoas podem ser afetadas por um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, conhecido como dislexia, que atinge cerca de 5% da população brasileira.
Mais prevalente no gênero masculino, trata-se de um transtorno genético que não está relacionado à capacidade intelectual do indivíduo. Mesmo crianças altamente inteligentes podem ter dificuldades para aprender a ler e a escrever devido à dislexia, que persiste ao longo de toda a vida do paciente.
Dislexia: O Que Está Por Trás da Dificuldade de Ler e Escrever?
A dislexia é um transtorno de aprendizagem que afeta a capacidade de leitura e escrita de uma pessoa, prejudicando sua habilidade de associar sons a letras e palavras. Essa condição, então, pode tornar a leitura mais lenta, dificultar a compreensão do texto e gerar erros frequentes na escrita, mesmo quando a pessoa possui uma inteligência normal ou superior à média.
Embora as causas exatas ainda não sejam completamente compreendidas, estudos indicam que diferenças estruturais e funcionais no cérebro podem estar por trás da dislexia. Pesquisas sugerem que as áreas cerebrais responsáveis pelo processamento fonológico funcionam de maneira diferente em pessoas com dislexia.
Analogamente, fatores genéticos parecem ter um papel importante, já que a dislexia costuma ocorrer com mais frequência em famílias, o que eventualmente reforça a ideia de que o transtorno pode ser herdado.
Conhecendo os Sinais do Transtorno
Os sintomas da dislexia geralmente aparecem na primeira infância, entre 4 e 6 anos, quando as crianças começam a aprender a ler e escrever. Sinais comuns incluem um vocabulário limitado, com frases curtas ou, em alguns casos, longas e vagas, além de dificuldade para usar mapas ou dicionários, por exemplo.
Entre os sintomas típicos, algumas crianças podem ter dificuldade em pronunciar sons como L ou R, enquanto as não típicas tendem a trocar letras como S e T, ou D e T. Outro aspecto importante é a dificuldade com a consciência fonológica, ou seja, com a percepção de que uma palavra é composta por sílabas, e estas, por vogais e consoantes.
A criança disléxica pode, além disso, não conseguir compreender a estrutura das palavras, ter dificuldades com rimas e canções, e apresentar dificuldades em reconhecer letras, além de ser desorganizada e sem método ao brincar.
Principais Sintomas
- Dificuldade em reconhecer letras;
- Atraso na fala e linguagem;
- Dispersão e dificuldades de atenção;
- Fraco desenvolvimento da coordenação motora;
- Dificuldade com quebra-cabeças;
- Falta de interesse por livros impressos.
Qual o Impacto da Dislexia no Cérebro?
A princípio, estudos de neuroimagem mostram que pessoas com dislexia apresentam diferenças estruturais e funcionais no córtex temporal esquerdo, região fundamental para a decodificação das palavras. Nesse meio tempo, há uma menor ativação nas conexões entre o lobo occipital, responsável pelo reconhecimento visual das letras, e o lobo temporal, que processa os sons e o significado das palavras.
Outro aspecto importante está na comunicação entre os hemisférios cerebrais. Pesquisas indicam que indivíduos com dislexia podem apresentar menor eficiência na troca de informações entre o hemisfério esquerdo, especializado na linguagem, e o hemisfério direito, que, por sua vez, auxilia no reconhecimento de padrões e contexto.
Logo, essas diferenças cerebrais tornam mais desafiador para a pessoa disléxica realizar tarefas como leitura fluente, compreensão de textos e escrita estruturada. Todavia, o cérebro possui grande plasticidade, e abordagens terapêuticas adequadas podem fortalecer essas conexões e minimizar os impactos da dislexia.
Tipos Existentes
Por analogia, a dislexia pode ser classificada em dois tipos principais: a dislexia do desenvolvimento e a dislexia adquirida. Embora ambas afetem a capacidade de leitura e escrita, suas causas e formas de manifestação são distintas:
- Dislexia do Desenvolvimento: Tem origem genética e se manifesta desde a infância, acompanhando o indivíduo ao longo da vida. Crianças com dislexia do desenvolvimento apresentam dificuldades persistentes para reconhecer palavras, associar sons às letras e compreender textos.
- Dislexia Adquirida: Ocorre devido a lesões cerebrais em regiões de processamento da linguagem, geralmente após um AVC, traumatismo craniano ou doenças neurológicas. Portanto, pessoas que antes liam e escreviam normalmente passam a ter dificuldades, que podem variar conforme a área do cérebro afetada.
Diagnóstico da Dislexia: Auxílio de Médicos e Terapeutas
Acima de tudo, o diagnóstico e o acompanhamento da dislexia exigem uma abordagem integrada, na qual diferentes especialistas trabalham juntos para fornecer suporte adequado ao paciente. Visando proporcionar melhor qualidade de vida ao indivíduo, eles incluem:
Fonoaudiólogo
O fonoaudiólogo é fundamental no tratamento da dislexia, pois trabalha diretamente com as dificuldades de linguagem, fala e consciência fonológica. Ele auxilia no desenvolvimento da percepção dos sons das palavras, na organização das sílabas e na fluência da leitura.
Além disso, propõe exercícios que fortalecem as habilidades auditivas e a relação entre som e grafia, facilitando a alfabetização e a comunicação do paciente.
Pediatra
Esse médico é, por vezes, o primeiro a notar sinais de dislexia em crianças. Durante as consultas de rotina, ele avalia o desenvolvimento da linguagem e das habilidades motoras, além de investigar possíveis dificuldades na aprendizagem. Caso identifique indícios do transtorno, encaminha a criança para demais especialistas.
Neurologista
Investiga como o cérebro do paciente processa a linguagem e a leitura, analisando possíveis causas neurológicas da dislexia. Ele realiza exames clínicos e neuropsicológicos para descartar outras condições que possam afetar a aprendizagem, como distúrbios do desenvolvimento ou déficits cognitivos.
Psiquiatra
A dislexia, sobretudo, pode impactar a autoestima, a motivação e a saúde emocional do paciente, principalmente se houver frustrações no aprendizado. O psiquiatra, então, atua na identificação de possíveis comorbidades associadas, como ansiedade e déficit de atenção, que podem agravar as dificuldades acadêmicas.
Como o Tratamento pode Ser Realizado?
O tratamento da dislexia é personalizado e envolve um conjunto de abordagens terapêuticas para desenvolver as habilidades de leitura, escrita e compreensão. Assim, a intervenção fonoaudiológica é uma das principais estratégias, auxiliando na consciência fonológica, na associação entre letras e sons e na fluência verbal.
Métodos pedagógicos adaptados, bem como ensino multisensorial e reforço escolar especializado, são igualmente essenciais para facilitar o aprendizado. Além disso, terapias cognitivas podem ser indicadas para melhorar a memória, a concentração e a organização das informações.
Em alguns casos, exames de imagem, como a Ressonância Magnética (RM), podem ser solicitados para avaliar a atividade cerebral e identificar padrões de funcionamento neurológico associados à dislexia. Eles ajudam no diagnóstico diferencial e na compreensão de como o cérebro processa a linguagem, permitindo estratégias de tratamento mais eficazes.
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Como resultado, observamos que o impacto da dislexia no cérebro vai além das dificuldades na leitura e na escrita, afetando o processamento da linguagem, a memória e a organização das informações. Então, compreender essas particularidades permite abordagens terapêuticas mais eficazes, promovendo maior autonomia e qualidade de vida para os pacientes.
Na SPX Clínica Santana de Parnaíba, contamos com especialistas como Fonoaudiólogos, Pediatras, Neurologistas e Psiquiatras para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado para a dislexia. Além disso, nossa Ressonância Magnética (RM) de última geração, equipada com Inteligência Artificial (IA), permite exames detalhados do cérebro!
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