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Estudo diz que gordura específica do intestino protege o fígado contra inflamação

Conhecida também como hepatite, uma inflamação no fígado, pode ser evitada pela produção de gordura do intestino

Existem diversos tipos de Hepatite, uma inflamação no fígado causada por vírus, doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas. Assim como pode ocorrer pelo uso excessivo de drogas, álcool e de certos medicamentos. No Brasil, as notícias são animadoras, de acordo com o Ministério da Saúde, o número total de casos nos últimos 10 anos caiu cerca de 7%. 

Agora, um novo estudo de pesquisadores da Universidade de Washington em Saint Louis (EUA), coloca mais uma camada no estudo da doença. Foi evidenciado que a lipoproteína em alta densidade (HDL), gordura produzida pelo intestino, pode proteger o fígado contra inflamação, ou seja, evita a ativação de sinais inflamatórios lesivos ao tecido do órgão, o que poderia evitar a hepatite.

A pesquisa

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O HDL, a lipoproteína em alta densidade, tem o papel de remover o excesso de colesterol dos tecidos, guiando para o fígado e degradando a substância. Por causa desse processo, muitas pessoas chamam essa lipoproteína de “colesterol bom”, pois atua na retirada do excesso de colesterol do organismo. Além disso, as pesquisas mostram que o HDL tem uma ampla atuação como antioxidante, anti-inflamatório e anti agregante plaquetário. O fígado ou intestino produzem essa substância.

O estudo utilizou de um modelo murino (experimentos com camundongos), e os pesquisadores mostraram que uma versão do colesterol HDL produzida no intestino consegue interromper um mecanismo de lesão hepática que ocorre em várias doenças clinicamente importantes. 

Publicada pela Revista Science, o objetivo inicial foi identificar o destino de uma porção do colesterol HDL que é sintetizada no intestino e não no fígado. Foi observado que o colesterol HDL3 entérico cai rapidamente no sangue da veia porta e desemboca diretamente no fígado. Essa descoberta alertou os pesquisadores para uma possível função da substância sobre a saúde hepática. 

O que foi identificado 

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É fato que um dano intestinal pode afetar o equilíbrio de nosso corpo, o que pode aumentar a liberação por bactérias Gram-negativas de lipopolissacarídeo (LPS), uma endotoxina bacteriana que pode ativar vias inflamatórias e levar à lesão hepática e a fibrose. Nesse sentido, utilizaram camundongos com lesão hepática secundária (remoção de parte do intestino delgado que leva à lesão hepática). Dessa forma, estabeleceu-se uma relação entre menor produção de colesterol entérico e maior inflamação hepática. 

O mesmo mecanismo foi demonstrado em camundongos geneticamente modificados na produção de menos colesterol HDL3 no intestino. Confirmou-se essa hipótese também quando o álcool e uma dieta rica em gordura lesão hepática geraram a lesão hepática. Assim, em todos os testes, HDL3 agiu como um protetor quando ligava-se à proteína de ligação de lipopolissacarídeos e ao LPS, conseguindo formar um complexo que impede a ativação de células que desencadeiam a inflamação. Por isso, foi confirmado que ao estimular a produção de HDL3 com medicamentos pode ser um alvo terapêutico promissor. 

Fonte: Science 

Referência: Yong-Hyun Han, Emily J. Onufer, Li-Hao Huang, et al. Enterically derived high-density lipoprotein restrains liver injury through the portal vein. Science.

DOI: https://www.science.org/doi/10.1126/science.abe6729

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