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Estudo Revela: Ansiedade Triplica o Risco de Demência

Descubra como a ansiedade triplica o risco de demência segundo pesquisadores, após testes com mais de dois mil participantes

 

Desde já, mais de 55 milhões de pessoas no mundo vivem com demência, e esse número pode alcançar 139 milhões até 2050. A demência é uma das principais causas de morte, o que leva pesquisadores e médicos a concentrar esforços na prevenção, principalmente por meio da identificação de fatores de risco, bem como a ansiedade e os hábitos de vida.

Pesquisas anteriores que investigaram a conexão entre ansiedade e demência geralmente analisaram os níveis de ansiedade dos participantes em um único momento, resultando em conclusões diversas. No entanto, os autores defendem que a duração da ansiedade é um fator crucial a ser considerado.

Em suma, a equipe de pesquisa estudou 2.132 participantes do Hunter Community Study, realizado em Newcastle, entre dezembro de 2004 e dezembro de 2007. Os participantes, sobretudo, tinham entre 60 e 81 anos e forneceram informações sobre sua saúde, como consumo de tabaco e álcool, além de condições como hipertensão e diabetes.

Conexões Cruciais: Ansiedade Triplica o Risco de Demência

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Os pesquisadores realizaram três avaliações com intervalos de cinco anos entre elas. A princípio, na primeira e na segunda avaliação, eles mediram os níveis de ansiedade dos participantes. Considerou-se, assim, que um indivíduo apresentava ansiedade crônica se a condição estivesse presente tanto na primeira quanto na segunda onda.

Da mesma forma, a ansiedade foi considerada resolvida se o participante apresentasse a condição apenas na primeira onda. Por outro lado, a ansiedade de novo início referia-se àquela detectada apenas na segunda onda.

Para identificar a demência, os pesquisadores utilizaram códigos da Classificação Internacional de Doenças e dados de benefícios farmacêuticos que indicavam a compra de medicamentos para demência, informações fornecidas pelo Departamento de Saúde e Cuidados de Idosos da Austrália.

O Que o Estudo Revela sobre Essa Relação?

Ao final do estudo, então, 64 participantes foram diagnosticados com demência. Os pesquisadores descobriram que tanto a ansiedade crônica quanto a nova ansiedade estavam ligadas a um risco quase três vezes maior de desenvolver demência de qualquer tipo, com um tempo médio de 10 anos até o diagnóstico.

Analogamente, a ansiedade que foi resolvida nos primeiros cinco anos não apresentou associação com um risco aumentado, apresentando chances semelhantes às de indivíduos sem ansiedade. Esses resultados foram principalmente influenciados por participantes com menos de 70 anos.

O neurologista Joel Salinas, fundador e diretor médico da Isaac Health, serviço clínico virtual e domiciliar voltado para demência e outras condições de saúde cerebral, ressalta a “importância de tratar a ansiedade cedo e consistentemente”.

“Sabemos há muito tempo que o estresse aumenta o risco de doença de Alzheimer. Este estudo concorda com estudos anteriores que a terapia destinada a aliviar a ansiedade pode ajudar a reduzir o risco de doença de Alzheimer. Mas, é o tamanho deste estudo que é particularmente convincente.”

Limitações do Estudo: O Que Precisamos Considerar

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O estudo, todavia, apresenta algumas limitações, bem como o fato de que as medições da ansiedade dos participantes foram baseadas nas quatro semanas anteriores a cada avaliação, conforme apontam os autores.

Além disso, a equipe perdeu 33% dos participantes que apresentavam uma taxa mais alta de ansiedade no início da pesquisa. A falta de informações sobre o que ocorreu com esses indivíduos pode levar a uma subestimação do impacto da ansiedade na demência.

Como resultado, os especialistas sugerem que a relação entre ansiedade e demência pode ser parcialmente atribuída à conexão da ansiedade com doenças vasculares e aos efeitos prejudiciais que essa condição pode ter nas células.

Cortisol, Inflamação e o Risco de Demência

O estresse eleva os níveis de cortisol no cérebro e provoca inflamação, levando à morte das células nervosas, explica Tanzi, diretor da unidade de pesquisa em genética e envelhecimento no Massachusetts General Hospital. Além disso, Khaing aponta que a ansiedade está relacionada ao acúmulo de beta-amiloide.

O transtorno igualmente se associa a alterações estruturais no cérebro, como a atrofia cerebral e do hipocampo, por exemplo, processos que estão ligados à demência, acrescenta Khaing. Em síntense, a atrofia refere-se ao desgaste de tecidos ou órgãos, geralmente devido à degeneração celular.

Contudo, Salinas, professor assistente clínico de neurologia na NYU Langone Health, observa que o estudo pode indicar que a ansiedade também pode ser um sinal precoce de uma doença cerebral subjacente.

Referência: CNN Brasil.


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