Como Identificar o Lipedema e Quais as Formas de Tratamento?
Reconhecida como uma doença distinta pela OMS, entenda o que é e como identificar o Lipedema, que afeta cerca de dez milhões de brasileiras
Muitas mulheres lidam com desconfortos físicos diariamente, bem como inchaços, dores nas pernas ou acúmulo de gordura em regiões específicas do corpo. Por vezes, esses sinais passam despercebidos ou são atribuídos ao sobrepeso ou sedentarismo. Mas nem sempre é isso! Entre tantas condições que afetam o corpo feminino, uma das menos conhecidas — mas bastante comum — é o lipedema.
Apesar de impactar significativamente a qualidade de vida, o lipedema ainda é pouco falado e muitas vezes confundido com outros problemas, como obesidade ou linfedema, por exemplo. Entender como identificar essa condição e quais são as possibilidades de tratamento pode fazer toda a diferença,
Você Já Ouviu Falar em Lipedema?
O lipedema, em suma, é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura nos braços e pernas, principalmente nas regiões das coxas, quadris e tornozelos. Médicos descreveram essa condição pela primeira vez em 1940, mas ainda hoje, muitas pessoas confundem o lipedema com obesidade comum ou retenção de líquidos.
Diferente da gordura corporal típica, a gordura do lipedema não responde a dietas ou exercícios físicos. Por sua vez, ela apresenta uma textura peculiar — com nódulos, aspecto de “casca de laranja” e presença de fibrose — e tende a causar dor, sensibilidade ao toque e hematomas frequentes.
Por analogia, estimativas apontam que ele afeta cerca de 10% das mulheres em todo o mundo — o que representa aproximadamente 10 milhões de brasileiras. Cenários semelhantes também aparecem em países como Alemanha, Espanha, Austrália e Estados Unidos.
Reconhecimento Oficial da OMS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o lipedema como uma doença distinta em 2019. Três anos depois, então em 2022, a condição passou a integrar a Classificação Internacional de Doenças (CID-11) — um dos manuais mais importantes do mundo para o diagnóstico e o registro de enfermidades.
Sobretudo, essa inclusão fortaleceu o reconhecimento global da doença, padronizou critérios diagnósticos, facilitou o registro de casos e ajudou na formulação de políticas públicas de saúde voltadas para o tratamento do lipedema.
No Brasil, contudo, o Ministério da Saúde decidiu adiar a adoção da CID-11 para 2027. A justificativa, todavia, veio da necessidade de capacitar os profissionais da saúde e atualizar os sistemas do país antes da implementação total.
Como Identificar o Lipedema: Conheça Suas Características
O lipedema, analogamente, evolui por cinco estágios, cada um com características mais intensas. À medida que a condição progride, o corpo sente os impactos: a mobilidade reduz, o desconforto aumenta e a aparência das pernas e braços muda de forma significativa.
A condição revela sinais bem marcantes, bem como:
Nódulos na coxa, que lembram celulite e ficam visíveis ao toque;
Desaparecimento do contorno dos joelhos, resultado do acúmulo de gordura;
Formato de “perna ampulheta”, quando há gordura em excesso abaixo do joelho e estreitamento acima do tornozelo.
São igualmente comuns dores persistentes, sensação de peso nas pernas, formação fácil de hematomas e marcas na pele por má circulação. Esses sinais ajudam a reconhecer o avanço do lipedema e a buscar tratamento o quanto antes.
Como essa Condição Afeta a Saúde Feminina?
A gordura do lipedema, embora ainda envolva muitas dúvidas científicas, provoca efeitos claros no corpo feminino. Ela pressiona diretamente o sistema linfático — responsável por drenar o excesso de líquido dos tecidos para o coração. Quando esse sistema se sobrecarrega, então, surgem complicações como o linfedema.
Em outras palavras, esse sistema atua como um reciclador de líquidos no organismo. Mas, ao ser comprimido pelo acúmulo de gordura, o fluxo diminui, como se alguém apertasse uma mangueira.
Da mesma forma, as articulações também sentem os impactos: o peso extra nas pernas desgasta a cartilagem, enfraquece os ligamentos, altera a pisada e pode até causar deformidades nos joelhos.
Trabalho em Conjunto para o Diagnóstico
A princípio, alguns médicos especialistas e exames podem ser úteis para auxiliar no diagnóstico do lipedema e na exclusão de outras condições, como obesidade comum ou linfedema. Portanto, veja os principais:
Avaliação clínica detalhada: O diagnóstico de lipedema é, em grande parte, clínico. O médico (geralmente um angiologista, cirurgião vascular ou dermatologista) avalia os sintomas, histórico familiar e exame físico.
Ultrassonografia Doppler: Ajuda a excluir doenças venosas, bem como insuficiência venosa ou trombose, que podem causar sintomas semelhantes ao lipedema.
Exames de imagem: A Ressonância Magnética (RM) e a Tomografia Computadorizada (TC), por exemplo, podem ser solicitadas em casos específicos para avaliar melhor a estrutura dos tecidos e vasos.
A Verdade sobre Formas de Tratamento
O lipedema ainda não tem cura definitiva, porém, o tratamento foca em uma alimentação natural, evitando ultraprocessados, e na prática regular de exercícios para reduzir a inflamação.
Além disso, técnicas como drenagem linfática e o uso de meias de compressão aliviam o inchaço e a sensação de peso nas pernas, embora tenham efeitos limitados e atuem apenas no controle dos sintomas.
Por fim, em alguns casos, médicos podem indicar a lipoaspiração, um procedimento que remove as células de gordura, incluindo aquelas afetadas pela doença, proporcionando alívio e melhora estética para as pacientes.
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Em conclusão, compreender como identificar o lipedema é fundamental para buscar um diagnóstico precoce e evitar que a condição avance para estágios mais graves. O reconhecimento da doença e o acompanhamento médico adequado fazem toda a diferença na qualidade de vida, ajudando a controlar os sintomas e reduzir desconfortos.
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