Mulheres Jovens Têm o Dobro de Risco de Câncer que Homens

Uma pesquisa aponta que mulheres jovens têm o dobro de risco de câncer comparado aos homens da mesma faixa etária. Saiba mais!

Um relatório da Sociedade Americana do Câncer, divulgado em janeiro de 2025, revela que os diagnósticos de câncer estão mudando de perfil, afetando cada vez mais pessoas jovens e mulheres.

Em primeiro lugar, o estudo mostra uma tendência preocupante: mulheres de meia-idade agora enfrentam um risco ligeiramente superior de desenvolver câncer em comparação com homens na mesma faixa etária.

Além disso, mulheres jovens apresentam quase o dobro de chances de receber um diagnóstico de câncer em relação aos homens jovens, conforme detalhado na publicação no CA: A Cancer Journal for Clinicians.

Mulheres Jovens Têm o Dobro de Risco de Câncer: O Que Explica?

Com o aumento da incidência de câncer entre adultos mais jovens, médicos e pesquisadores se veem desafiados a entender o que está impulsionando essa tendência.Os avanços no rastreamento e na detecção precoce de tumores explicam esses números crescentes? Ou há fatores ambientais, comportamentais ou até genéticos no mundo moderno que estão aumentando o risco para as novas gerações?

“Na minha opinião profissional, esse fenômeno é multifatorial. Não podemos apontar para um fator específico, mas é possível que mudanças nos padrões de fertilidade desempenhem um papel. Obesidade e consumo de álcool são provavelmente fatores contribuintes, assim como uma possível falta de atividade física”, observa Mariana Chavez-MacGregor, professora da Universidade do Texas MD Anderson Cancer Center em Houston.

Logo, entender isso mais profundidade é essencial para desenvolver estratégias eficazes de prevenção. De acordo com Neil Iyengar, oncologista médico do Memorial Sloan Kettering Cancer Center em Nova York, essa compreensão pode fornecer orientações valiosas sobre como reduzir o risco nessa faixa etária.

“Existe, e precisa haver, uma maior mudança na pesquisa científica e nos recursos disponíveis para a comunidade científica entender melhor como podemos ser mais eficazes na prevenção do câncer, ou pelo menos na redução do risco de câncer.”
– Neil Iyengar

Impacto para o Futuro

Acima de tudo, o crescimento dos casos de câncer entre adultos mais jovens pode impactar significativamente o futuro dos tratamentos oncológicos. Segundo Neil Iyengar, alguns tipos de câncer que afetam essa faixa etária podem exigir abordagens terapêuticas mais agressivas.

“Precisamos estar preparados para apoiar nossos homens e mulheres mais jovens que estão passando por tratamentos de câncer possivelmente mais agressivos enquanto ainda lidam com famílias jovens e carreiras profissionais”, afirma a especialista.

Desse modo, ela destaca que essa mudança envolve desde adaptações práticas, bem como agendar sessões de quimioterapia de maneira que interfiram menos na rotina, carreira e vida familiar dos pacientes, até a necessidade de reavaliar os tipos de tratamentos utilizados.

Disparidade Racial e Diferenças Regionais

Pessoas negras enfrentam o dobro da taxa de mortalidade por câncer de próstata, estômago e corpo uterino em comparação com pessoas brancas, conforme aponta o relatório. Além disso, nativos americanos apresentam taxas de mortalidade de câncer de rim, fígado, estômago e colo do útero duas a três vezes superiores às registradas entre pessoas brancas.

As disparidades aparecem igualmente em diferentes regiões dos Estados Unidos, por exemplo. As taxas de mortalidade por câncer variam significativamente, indo de menos de 150 mortes por 100.000 habitantes em Utah, Havaí e Nova York a mais de 210 por 100.000 em Virgínia Ocidental, Kentucky e Mississippi.

Referência: CNN Brasil.