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Pesquisa: Gordura Muscular pode Causar Doenças Cardíacas

Um estudo europeu comprova que a gordura muscular pode causar doenças cardíacas, independentemente do Índice de Massa Corporal (IMC)

 

A princípio, pessoas com gordura acumulada nos músculos enfrentam um risco maior de hospitalização por ataque cardíaco ou insuficiência cardíaca, independentemente do índice de massa corporal (IMC). Esse foi o principal achado de um estudo publicado em janeiro de 2025, no European Heart Journal.

Pela primeira vez, pesquisadores analisaram os impactos da gordura intramuscular nas doenças cardíacas. Logo, os resultados reforçam que métricas tradicionais, como IMC e circunferência da cintura, nem sempre são suficientes para avaliar com precisão o risco cardiovascular de cada indivíduo.

Gordura Muscular pode Causar Doenças Cardíacas?

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O estudo, em suma, analisou 669 pacientes em atendimento no Brigham and Women’s Hospital, todos com sintomas como dor no peito e falta de ar, mas sem sinais de doença arterial coronária obstrutiva. A média de idade dos participantes era de 63 anos, sendo a maioria mulheres (70%) e quase metade (46%) de pessoas não brancas.

Para avaliar a saúde cardíaca dos pacientes, então, os pesquisadores utilizaram PET/CT cardíaca, um exame que mede o funcionamento do coração. Além disso, realizaram tomografias computadorizadas para examinar a composição corporal, identificando a quantidade e a distribuição da gordura e dos músculos no tronco.

Por fim, para mensurar a gordura acumulada nos músculos, calcularam a fração muscular gordurosa, que corresponde à proporção de gordura intermuscular em relação ao total de músculo e gordura.

“A gordura intermuscular pode ser encontrada na maioria dos músculos do corpo, mas a quantidade de gordura pode variar amplamente entre pessoas diferentes. Em nossa pesquisa, analisamos músculos e diferentes tipos de gordura para entender como a composição corporal pode influenciar os pequenos vasos sanguíneos ou a ‘microcirculação’ do coração, bem como o risco futuro de insuficiência cardíaca, ataque cardíaco e morte.”
Vivany Taqueti
Diretora do Laboratório de Estresse Cardíaco do Brigham and Women’s Hospital e professora da Harvard Medical School, em Boston, nos Estados Unidos

Relação entre Composição Corporal e Doenças Cardíacas

Os pesquisadores identificaram que pessoas com maior quantidade de gordura nos músculos tinham maior propensão a sofrer danos nos pequenos vasos sanguíneos do coração. Da mesma forma, esses indivíduos apresentavam um risco significativamente maior de serem hospitalizados ou até mesmo de falecer devido a doenças cardíacas.

O estudo revelou que, a cada aumento de 1% na fração de gordura muscular, o risco de disfunção microvascular coronária subia 2%, enquanto o risco de desenvolver uma doença cardíaca grave no futuro aumentava 7%. Esse impacto, sobretudo, foi observado independentemente do IMC ou de outros fatores de risco conhecidos.

Indivíduos com alta gordura intramuscular e sinais de disfunção microvascular estavam entre os mais vulneráveis a eventos como ataque cardíaco e insuficiência cardíaca. No entanto, aqueles com mais músculos magros apresentavam menor risco, e a gordura subcutânea não influenciou negativamente a saúde do coração.

Alerta para a Gordura Intramuscular

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A gordura armazenada nos músculos, do contrário da gordura subcutânea, pode impulsionar processos inflamatórios e alterar o metabolismo da glicose, resultando em resistência à insulina e síndrome metabólica. Assim, essas condições crônicas podem prejudicar os vasos sanguíneos, incluindo aqueles que irrigam o coração, além de comprometer a saúde do músculo cardíaco.

Apesar dessas descobertas, os pesquisadores ainda não determinaram como reduzir esse risco em pessoas com altos níveis de gordura muscular. “Por exemplo, não sabemos como tratamentos como novas terapias de perda de peso afetam a gordura nos músculos em relação à gordura em outras partes do corpo, tecido magro e, enfim, o coração“, explicou um dos pesquisadores.

Agora, a equipe estuda o impacto de diferentes abordagens, bem como exercícios físicos, alimentação, medicamentos para emagrecimento e cirurgias, na composição corporal e na saúde cardiovascular.

“Saber que a gordura intermuscular aumenta o risco de doença cardíaca nos dá outra maneira de identificar pessoas em alto risco, independentemente do seu índice de massa corporal. Essas descobertas podem ser particularmente importantes para entender os efeitos na saúde cardíaca de terapias baseadas em incretina modificadoras de gordura e músculos."

Referência: CNN Brasil.


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